Asteroide com seis caudas assombra cientistas

"É difícil de acreditar que estamos olhando para um asteroide", disse o principal pesquisador, David Jewitt


Cometa visto pelo Hubble: ao invés de se parecer com pequeno ponto de luz, como maioria dos asteroides, este tem meia dúzia caudas de poeira parecidas com as dos cometas

 

Washington - Um estranho asteroide que parece ter múltiplas caudas giratórias foi detectado pelo telescópio espacial Hubble, da NASA, entre Marte e Júpiter, anunciaram astrônomos esta quinta-feira.

 

Ao invés de se parecer com um pequeno ponto de luz, como a maioria dos asteroides, este tem meia dúzia caudas de poeira parecidas com as dos cometas, similares aos raios de uma roda, reportaram os cientistas no periódico Astrophysical Journal Letters.

 

"É difícil de acreditar que estamos olhando para um asteroide", disse o principal pesquisador, David Jewitt, professor do Departamento de Ciências da Terra e do Espaço na Universidade da Califórnia em Los Angeles.

 

"Ficamos assombrados quando o vimos. Surpreendentemente, as estruturas de sua cauda mudam dramaticamente em apenas 13 dias à medida que libera poeira", acrescentou.

 

O objeto foi denominado P/2013 P5, e os astrônomos acreditam que ele esteja cuspindo poeira por pelo menos cinco meses.

 

O asteroide pode ter girado tão rápido que começou a se desintegrar, explicaram os cientistas.

 

Eles não acreditam que as caudas tenham resultado de um impacto porque um evento assim faria a poeira se espalhar de uma vez.

 

Suas múltiplas caudas foram descobertas em imagens captadas pelo telescópio Hubble em 10 de setembro passado, depois de ter sido detectado pela primeira vez por um telescópio no Havaí.

 

Jewitt explicou que o objeto pode ter se originado da colisão de um asteroide 200 milhões de anos atrás. Seu padrão de poeira dispersa em espasmos e explosões pode significar que está morrendo lentamente.

 

"Na astronomia, onde você encontra um, acaba encontrando mais um montão", afirmou. "É um objeto surpreendente e quase com certeza será o primeiro de muitos outros", prosseguiu.

 

Fonte: Exame Ciência